Nem o público de alta renda está resistindo aos imóveis compactos. Nas grandes capitais, tem crescido o número desses consumidores apostando em studios e unidades menores. Segundo o Índice de Confiança no Setor Imobiliário Loft, em parceria com a Offerwise, 18% dos compradores da Classe A interessados em fechar negócio nos próximos seis meses buscam esse tipo de imóvel — quase o dobro da média geral (10%).
A pesquisa ouviu 1.400 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Goiânia, entre 28 de março e 25 de abril. Segundo Fábio Takahashi, gerente de Dados da Loft, imóveis do tipo studio, com metragem reduzida e tíquete mais acessível, têm se consolidado como ativo estratégico para investidores. “Ele combina três fatores cada vez mais valorizados: liquidez, retorno estável e demanda consistente.”
Segundo a empresa, o valor médio de locação para imóveis de até 30 m² é, por exemplo, de R$ 1.899 em São Paulo, R$ 1.200 no Rio de Janeiro, R$ 1.579 em Belo Horizonte e R$ 1.596 em Porto Alegre.
Ainda de acordo com o levantamento, a busca por imóveis como estratégia de renda se intensificou: o percentual de interessados em comprar para alugar subiu de 10% em janeiro para 14% em abril. Dois fatores aparecem empatados como principais motivações: fazer um investimento seguro (17%) e diversificação de carteira (17%).
“O studio deixou de ser um produto de nicho e passou a ocupar uma posição estável nas estratégias de investimento imobiliário da Classe A. É um produto com bom retorno e giro rápido”, complementa Takahashi.
Vale dizer, ainda, que a demanda encontra lastro no mercado de locação: 25% dos interessados em alugar studios pertencem à Classe A. Enquanto isso, a maior procura está entre pessoas com 55 anos ou mais (14%) — perfil que tradicionalmente buscava imóveis maiores e que agora se volta à praticidade.
Em todas as classes sociais, 44% dos interessados em comprar um imóvel no próximo semestre estão focados em unidades de até R$ 350 mil. Essa faixa concentra a maior parte da demanda no Rio de Janeiro (54%), Porto Alegre (43%), São Paulo (41%) e Belo Horizonte (40%).
Dentro desse recorte de preço, os studios ganham destaque também entre os que buscam um imóvel para moradia, em especial nos grandes centros, onde a localização pesa mais para evitar deslocamentos excessivos.